Espetáculos

Espetáculo Medeia Vozes
*Tribo de Atuadores Ói Nóis Aqui Traveiz
Dia 18 de junho, 19h30
na Terreira da Tribo

Foto: Pedro Isaias Lucas

A Tribo de Atuadores Ói Nóis Aqui Traveiz toma uma versão antiga e desconhecida do mito, trazendo uma mulher que não cometeu nenhum dos crimes de que Eurípides a acusa. O mito é questionado e reelaborado de maneira original, para analisar o fundamento das ordens de poder e como estas se mantêm ou se destroem. Medeia é uma mulher que enxerga seu tempo e sua sociedade como são. As forças que estão no poder manifestam-se contra ela, chegando mesmo à perseguição e banimento, ela é um bode expiatório numa sociedade de vítimas. A voz de Medeia somam-se vozes de mulheres contemporâneas como as revolucionárias alemãs Rosa Luxemburgo e Ulrike Meinhof, a somali Waris Diriiye, a indiana Phoolan Devi e a boliviana Domitila Chungara, que enfrentaram de diferentes maneiras a sociedade patriarcal em várias partes do mundo.

Medeia Vozes ganhou o Prêmio Açorianos em 8 categorias (melhor espetáculo, atriz para Tânia Farias, cenografia, iluminação, trilha para Johann Alex de Souza, dramaturgia, produção e direção), além do troféu do Júri Popular. E em 2014 ganhou mais um prêmio açorianos na categoria de melhor espetáculo, concedido pela EEPA (Escola de Espectadores de Porto Alegre).

Espetáculo "O Amargo Santo da Purificação"
*Tribo de Atuadores Ói Nóis Aqui Traveiz
dia 28/06, às 15h na Redenção

Foto: Pedro Isaias Lucas

O Amargo Santo da Purificação é uma visão alegórica e barroca da vida, paixão e morte do revolucionário Carlos Marighella. Marighella viveu e morreu durante períodos críticos da história contemporânea do Brasil, sendo protagonista na luta contra as ditaduras do Estado Novo e do Regime Militar. A dramaturgia elaborada pelo Ói Nóis Aqui Traveiz parte dos poemas escritos por Carlos Marighella que transformados em canções são o fio condutor da narrativa. Utilizando a plasticidade das máscaras, de elementos da cultura afro-brasileira e figurinos com fortes signos, a encenação cria uma fusão do ritual com o teatro dança. Através de uma estética ‘glauberiana’, o Ói Nóis Aqui Traveiz traz para as ruas da cidade uma abordagem épica das aspirações de liberdade e justiça do povo brasileiro.

Performance - Onde? Ação nº2
*Tribo de Atuadores Ói Nóis Aqui Traveiz
Dia 23/06, às 15h na Esquina Democrática

Foto: Pedro Rosauro


A performance Onde? Ação nº2 de forma poética provoca reflexões sobre o nosso passado recente e as feridas ainda abertas pela ditadura militar. A ação performática se soma ao movimento de milhares de brasileiros que exigem que o Governo Federal proceda a investigação sobre o paradeiro das vítimas desaparecidas durante o regime militar, identifique e entregue os restos mortais aos seus familiares e aplique efetivamente as punições aos responsáveis. A proposta deste trabalho é trazer a reflexão sobre o que foram aqueles anos da Ditadura Militar no Brasil, a partir do teatro como um ato de resistência. A performance visa atualizar o debate sobre as implicações e consequências deste episódio para a história nacional.

Desmontagem Evocando os Mortos Poéticas da Experiência
*Tribo de Atuadores Ói Nóis Aqui Traveiz
Dia 19/05, 20h na Terreira da Tribo

Foto: Paula Carvalho


A desmontagem Evocando os Mortos – Poéticas da Experiência refaz o caminho do ator na criação de personagens emblemáticos da dramaturgia contemporânea. Constitui um olhar sobre as discussões de Gênero, abordando a violência contra a mulher em suas variantes, questões que passaram a ocupar centralmente o trabalho de criação do grupo. Desvelando os processos de criação de diferentes personagens, criadas entre 1999 e 2011, a atuadora Tânia Farias deixa ver quanto as suas vivências pessoais e do coletivo Tribo de Atuadores Ói Nóis Aqui Traveiz atravessam os mecanismos de criação. Através da ativação da memória corporal, a atriz faz surgir e desaparecer as personagens, realizando uma espécie de ritual de evocação de seus mortos para compreensão dos desafios de fazer teatro nos dias de hoje.



*Tribo de Atuadores Ói Nóis Aqui Traveiz 
Criada em 1978 com uma proposta radical de inovação da linguagem cênica a Tribo desenvolve trabalhos nas áreas de Criação como seu Teatro de Rua e o Teatro de Vivência, na área da Formação com o Desenvolvimento da Escola de Teatro Popular e o Projeto Teatro Como Instrumento de Discussão Social, e também na área do Compartilhamento com a realização da Mostra e Festival Jogos de Aprendizagem além das Ações na área da Memória com a publicação de uma série de livros sobre diferentes aspectos do seu trabalho; o registro audiovisual dos espetáculos em DVD e a publicação semestral da Cavalo Louco – Revista de Teatro da Tribo de Atuadores Ói Nóis Aqui Traveiz. Para o Ói Nóis Aqui Traveiz o teatro é um lugar de invenção e experimentação, um meio de transformação, de mudança de mentalidades, em nível social e também individual. Seu trabalho de investigação sobre a linguagem procura uma lógica diversa da cultura dominante, que provoque um estranhamento em relação à percepção usual de mundo e que seja expressão das contradições da sociedade na qual está inserido. Todo o projeto desenvolvido pelo Ói Nóis Aqui Traveiz está diretamente relacionado com o seu centro de criação, a Terreira da Tribo de Atuadores Ói Nóis Aqui Traveiz, que ocupa lugar de destaque entre os espaços culturais do Estado, sendo igualmente apontada como uma referência de âmbito nacional. Na Terreira da Tribo funciona a Escola de Teatro Popular que além das oficinas, oferece para a cidade inúmeros seminários e ciclos de discussão sobre as artes cênicas, consolidando a ideia de uma aprendizagem solidária. A Terreira da Tribo, criada em 1984, sob o signo do teatro revolucionário de Antonin Artaud, abrigou desde a sua criação diversas manifestações culturais, além de oportunizar às pessoas em geral  o contato com o fazer teatral.


Espetáculo “Dionisos Aut”
*Grupo Laboratorio de Teatro “EL RAYO MISTERIOSO” (Argentina)
Dias 20 e 21 de junho, 20h
no Teatro Museu do Trabalho



“Igual ao seu sucessor Jesus,  Dionisos também destruiu as tradições fanáticas e as tiranias restritivas. Foi o poder encarnado da revolta e o renascimento espiritual.” Paul Huson
Dionisos – a porta da imaginação, da intuição, do que não se pronuncia e portanto da criação. Está por debaixo de quatro correntes, seu guarda é o inconsciente coletivo de uma sociedade seduzida por Apolo que reina com as armas da mentira. Dionisos é um sistema de forças que está no homem e que se converte em deus.

“A consagração do dionisíaco: se já em sua proposta anterior “La consagración de las furias” o RAYO conseguiu uma síntese exata de sua própria estética, condensando sua busca e seus eixos temáticos, em “Dionisio Aut” vai mais além, tensionando a corda poética a partir de um autêntico friso de imagens em movimento que nos iconvidam  a múltiplas e distintas leituras onde está em jogo uma visão apocalíptica da humanidade. Ficará aí, entre as imagens terrivelmente belas desta  viagem inacabada, aquilo que é a descida aos infernos da nossa história recente.” Julio Cejas

*Grupo Laboratorio de Teatro “EL RAYO MISTERIOSO” 
Fundado em 1994 em Rosario, Argentina, o Grupo Laboratorio de “EL RAYO MISTERIOSO” tem como objetivo encontrar novas formas de expressão teatral e experimentação da comunicação espetacular. Desenvolve um projeto com diversas atividades como produção de espetáculos, oficinas, seminários, edição de livros e revista de teatro e o festival “Experimenta Teatro”.

Espetáculo "Cantos de Mar y Amor"
*Teatro Taller de Colombia
     20/06 - Novo Hamburgo 21/06 - Redenção          
          22/06 - Esquina Democrática 23/06 - Canoas               
sempre às 15h


A história começa com uma viagem sem volta de todos os jovens de uma aldeia. Se vão em uma grande barca e errantes pelo mar chegam a um lugar sem nome e esquecida do mundo. Desde então, o universo dos anciãos está imerso na tristeza. Até o dia em que chega uma bela jovem que traz consigo a alegria da juventude, a ilusão e a música. Sua filha, que é filha e neta de todos, se cria junto com outro menino que apareceu na aldeia no meio dos anciãos que decidem evadir a morte até terem ensinados todo o seu conhecimento para as duas crianças. Eles crescem, aprendem mil saberes e logicamente se apaixonam. Haverá casamento e a festa se dá com música de gaitas e tambores, dança e bebida. Quando se escuta o amanhecer do novo dia, os anciãos em suas redes abandonam docemente a vida. O último deles, o mais sábio, tem uma bela visão: do mar nasce um rinoceronte com asas e branco como o leite.

*Teatro Taller de Colombia
O Teatro Taller de Colombia é um dos  grupo pioneiros do teatro de rua na Colombia.  O foco da pesquisa artística, iniciada em 1972, tem sido a investigação do ator como centro e principal instrumento expressivo do teatro. Em 1993 funda a Escuela Internacional de Teatro Callejero y Artes Circenses como projeto pedagógico para a formação de artistas de rua. A cada ano realiza o festival de teatro de rua “Al Aire Puro”.

Espetáculo Polenta com Pajaritos
*El Baldío Teatro (Argentina) 
Dias 25/06, 20h no Teatro Bruno Kiefer 
26/06, 20h no Ferrinho (Humaitá)


Reflexão cênica da atriz Laura Martin sobre o treinamento e o trabalho criativo no teatro de grupo
Polenta com Pajaritos é somente um pensamento em voz alta, com o corpo, uma reflexão da minha trajetória como atriz junto ao grupo El Baldío Teatro. Minha receita … a que encontrei, que pude criar, que fui capaz de construir e alimentar ao longo dos anos. 
Uma receita que escolhi deixar em branco: abrir o armário da cozinha e, com aquilo que tenho, armar, inventar, criar, saciar a fome. Procurar a voz,  outra voz,  aquela que não imagino, que não imaginam, que está escondida, que está no ventre, que vem do coração, aquela que nem sabia que tinha. Vestir outro corpo, aprender a escutar o alarido mais profundo, o silêncio dos meus passos. Sentir meus pés e deixar que eles componham essa sinfonia de ser eu para ser "outras". 

Polenta com passarinhos é a comida dos pobres. Assim como a construção do meu treinamento e meus personagens, recriando estes anos de nossa infância nos quais o nosso olhar era uma ferramenta poética, onde todo que nossos olhos tocavam se transformava em arte.

*El Baldío Teatro (Argentina) 
É um grupo independente radicado em El Palomar na região metropolitana de Buenos Aires, Argentina. Em mais de 25 anos de trajetória, o grupo tem se dedicado à investigação, produção e difusão teatrais. Estas atividades envolvem a criação de um treinamento físico-vocal próprio, a produção de espetáculos e um projeto editorial e a realização do Festival de La Víspera – uma festa de artes comunitária que enche as praças, escolas e ruas com teatro, circo e música.

Espetáculo Jesus Homem
*Grupo Pandora de Teatro
Dia 25/06, 20h na Restinga
Dia 27/06, 20h no Teatro Bruno Kiefer

Filipe Dias

Comemorando 10 anos de trajetória o Grupo Pandora de Teatro remonta o espetáculo “Jesus-Homem” de Plínio Marcos, propondo uma leitura histórica deste que foi subversor da ordem vigente, negador de valores de sua época e proponente de uma utopia em uma parábola cênica que coloca em evidencia questões relativa à politica e ao poder. A peça inicia-se com uma profecia do personagem profeta Isaias clamando em alta voz aos povos que é chegada a hora do despertar, Jesus nasce em Belém da Judéia, filho de José e Maria. Neste período a Judéia passa por crises econômicas financeiras, gerando desta forma, misérias, desemprego, fome, violências e ainda um crescimento significativo da população. Em decorrências destes fatos, o governante Herodes era quem comandava a Galiléia e começa a inquietar-se com o resultado do recenseamento da população, pois continuava a crescer a miséria e os índices de assaltos em toda parte. Jesus-Homem é uma peça ampara em uma obra religiosa, que faz parte da matéria histórica, produzindo uma ficção, representada pelo heroísmo de alguém que se posta ao lado dos fracos e oprimidos. Um instrumento eficaz de defesa social, condenando e exigindo de forma implícita uma reformulação dos mecanismos que regem o sistema político social brasileiro.

*Grupo Pandora de Teatro (São Paulo)

Fundado em julho de 2004, a partir do Projeto Teatro Vocacional da Secretaria de Cultura do Município de São Paulo, sediado no bairro Perus, desenvolve trabalho continuo de pesquisa e criação , fortalecendo parcerias com pólos culturais e artistas da região. O Grupo Pandora montou os espetáculos “O Senhor Puntilla e seu criado Matti” (2004), “A Igreja do Diabo” (2005), “Tietê, Tietê” (2006), “Jesus-Homem” (2007), “A Revolta dos Perus” (2007), “Canibais Vegetarianos Devoram Planta Carnívora” (2012) e “Relicário de Concreto” (2013). Em parceria com o Movimento pela Reapropriação da Fábrica de Cimento Portland  Perus o Grupo Pandora realizou duas edições do “Ato Artístico Coletivo Cimento Perus” em 2012 e 2014, evento artístico realizado em vários locais do bairro Perus, que contou com a participação de diversos coletivos artísticos, em prol da revitalização da Fábrica de Cimento Portland  Perus e fomento a cultura do bairro. Atualmente realiza os “Núcleos de Pesquisa em Teatro Russo” e o processo de criação de novo espetáculo. Foram contemplados pelo Prêmio Funarte de Teatro Myriam Muniz 2014 – Manutenção de  Atividades Teatrais de Grupos e Companhias com o Projeto “Grupo Pandora 10 anos – Não Nascemos para ser Pedra”, que consiste na continuidade de ações do Grupo, promovendo espaço de troca de experiências artístico-pedagógicas. O Grupo Pandora de Teatro é composto por: Felipe Dias, Lucas Vitorino, Marcio Gonçalves, Rodolfo Vetore e Thalita Duarte.

Espetáculo "5 Minutos"
Dias 25, 27 e 28 de junho, às 20h
25/06 - Novo Hamburgo (Teatro Paschoal Carlos Magno)
27/06 na Sala Carlos Carvalho, às 18h30
28/06 na Sala Carlos Carvalho, às 20h




Um homem preso há 50 anos. Manuel. Operário. Inspirada na história de Manuel Fiel Filho, militante de base do PCB, operário morto na ditadura no Brasil e na história de Manuel, personagem ficcional da canção Te recuerdo Amanda, de Victor Jara. A peça fala sobre esses Manuéis. O preso conta os dias e tenta se lembrar do que passou. Ele é atravessado por suas memórias, nossas memórias desses 50 anos, de um tempo que não passou, de uma voz que busca ser ouvida e repercute nas ruas. Manuel tenta se lembrar do que aconteceu. De Amanda. De Victor. Do passado. Pensa no passado e tenta escutar o presente, comunicar-se. Com direção de dramaturgia de Marília Carbonari e atuação de Leandro Batz. Criação do Coletivo Inclassificáveis.


Espetáculo "Fando e Lis - Amanhã Seremos Felizes"
*A Gangorra (Caxias do Sul)
Dias 22 e 23 de junho, 20h
na Sala Álvaro Moreira


Fando e Lis são dois peregrinos em busca da maravilhosa cidade de Tar. Em Tar serão felizes para sempre. Nesse caminho Fando e Lis vivem um relacionamento de dependência marcado pela violência e afetividade.  Fando aproveita-se da paralisia de Lis para cometer abusos físicos e morais. Acorrentada, Lis se cala e não fala com Fando. Preenchendo esse vazio e silêncio surgem Namur, Mitaro e Toso, os homens do guarda-chuva, que conversam com Fando. De forma retórica, eles tem um discurso derrissório e caminham juntos para Tar. Tar, o local onde a dor, a doença, a dúvida, o frio desaparecerão. Ali tudo será diferente - onírico, inconsciente, absurdo. O espetáculo proporciona discussões e resignificações. Para entender Fando e Lis - Amanhã Seremos Felizes é necessário um desprendimento do racional. Há que se deixar levar pelas impressões emocionais e sentimentos. Só aí então, elaborar um pensamento, verificar resíduos que permitam discussões e questionamentos.

*A Gangorra (Caxias do Sul)
O teatro A Gangorra foi formado em fevereiro de 2010. Desde essa data, passaram pessoas que deixaram a sua contribuição e outras ainda persistem no sonho. Em nossos primeiros encontros já estabelecemos  que queríamos ser um grupo com montagens não voltadas apenas ao entretenimento mas, questionador, sensível, humano. Organizar as diferenças no coletivo, dar continuidade a algo que não vise apenas interesse comercial são alguns dos desafios que através da convivência em grupo e aprendizado vamos superando. Nessa pequena trajetória já encontramos diversos amigos e parceiros que nos deram a certeza que devemos prosseguir.  O Grupo montou os espetáculos: 2011 - A Gangorra Teatral; 2012 - Os Pintores - tudo o que você queria saber sobre política cultural e nunca teve coragem de perguntar; 2013 - A Festa de aniversário; 2014 - Oito Personagens à Procura de Autor e 2015 - O Mito de Dionísio.


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